Como explicar para uma menina de 16 anos, com um fogo de milhões de hormônios com um namorado safadinho e com amigas piriguetes, que as coisas não podem ser feitas com tanto descaso? Como explicar para esta menina, que sexo tem que ser feito com juizo? Como faze-la entender, o quão importante é cuidar de você se valorizar, se respeitar? Alguém me ensina, como fazer essa garota entender o que significa cuidar do seu corpo, quando deixar ele nas mãos de outra pessoa é tão gostoso? Não entendo porque ainda me importo tanto com as filhas dos outros... No final das contas, eu que sou a estranha da situação, tenho quase certeza de que não sou daqui.
Quando eu ainda estava moca algum pressentimento me trazia volta e meia por aqui, a espera do garoto que naquele tempo andava longe, muito longe de existir. Tantos tristes fados eu compus, quanto choro em vão, bolero blues. Eis que do nada ele aparece, já tão desejado que não cabe em si, neste crucial momento, se ele olhar para trás é bem capaz de num lamento acudir ao meu olhar mendigo. Mas aquele ingrato corre e quando já não mais garoto der a meia-volta, claro que não vou estar mais nem aí.
Fechou o tempo, o salão fechou, mas eu entro mesmo assim. Eu sei que fui um impostor, porém me deixe ao menos ser pela última vez o seu compositor. Quem vibrou nas minhas mãos, não vai me largar assim. Acenda o refletor, apure o tamborim, aqui é o meu lugar, eu vim.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Não podia me dar ao luxo de pedir, lembrei-me de todas as vezes em que, por ter tido a doçura de pedir, não me deram.