Fechou o tempo, o salão fechou, mas eu entro mesmo assim. Eu sei que fui um impostor, porém me deixe ao menos ser pela última vez o seu compositor. Quem vibrou nas minhas mãos, não vai me largar assim. Acenda o refletor, apure o tamborim, aqui é o meu lugar, eu vim.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Escreve ai, em qualquer papel, pode ser naquele amassado ou na última folha do caderno. Escreve e guarda com você essas palavras, porque eu não sou pessoa de desistir e deixar para lá, promessas e metas minhas. Então escuta, eu ainda vou te ligar e dizer que estou chegando em sua casa, ainda vou frequenta-la da mesma forma que você frequentará a minha. Ainda vou ter a intimidade de fazer piadinhas com a sua mãe e chamar teu pai de sogro. Ainda vou tirar o sapato na sala e ir direto deitar na sua cama, ligar o computador e ajudar a sua mãe a fazer o jantar de sexta para a família. Ainda vou usar uma blusa tua para me esquentar ou só por ser sua mesmo, ainda vou colocar os pés em cima da sua coxa enquanto está sentado no sofá e pedir uma pizza, que de preferencia, será aquela que eu gosto. Ainda vou ser conhecida pela sua família inteira, desde a avó até a prima recém nascida. Ainda vou estar em sua estante em um porta retrato clichê de namorados apaixonados. Ainda vou fazer parte da festa surpresa para a sua mãe e vou fazer charme para lavar a louça, mesmo eu não querendo. Ainda vou assistir filme junto com você, e ainda vou ouvir sua mãe me chamando de nora.

Aquele momento em que você lembra que já não pensa mais nestas besteiras há um bom tempo.

Não podia me dar ao luxo de pedir, lembrei-me de todas as vezes em que, por ter tido a doçura de pedir, não me deram.